domingo, 24 de maio de 2009

Por Bartolomeu Campos de Queirós


"Ler é amarrar-se a outras circunstâncias e fraternizar-se com ela. Ler é tomar fôlego, face aos mistérios e enigmas que configuram o direito à vida. Ler é resignar-se diante da democracia do tempo que corre sempre. Ler é descobrir-se na experiência do outro. E, muito mais, ler é experimentar os deslimites da liberdade e equilibrar-se no mundo, tomando como alicerce as sutililezas das divergências. Ler é o preço que pagamos por sermos alfabetizados. Ter em mãos o livro literário é defrontar-se com o desequilíbrio. É bom que assim seja. Capaz de inaugurar reflexões a literatura nos estimula a buscar outros prumos, a perseguir outras ilusões, a nos dobrarmos sobre nossos limites, e descobrir a fragilidade como sendo a nossa condição possível. É certificar-se de que são muitos os significantes. Ter em mãos um livro é inscrever-se nas orações que configura o texto literário. Ler povoar o silêncio, é reconhecer-se como um ser propício a solidão, que procura encontros, coesões, laços."

Trecho do texto apresentado no Seminário Políticas de Incentivo à leitura em Abril de 2009.

Um comentário:

  1. Muda essa letra. Vermelha com o fundo agressivo e também muito pequena. Eu iria ler mas por conta da agressão sofrida nos olhos mudei de ideia!!!!

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